Meu pai esqueceu de pagar a conta de luz. Na data prevista, a Light mandou um caminhão aqui e cortaram os fios. No mesmo dia meu pai pagou a conta atrasada e pediu o religamento da linha. Deram um prazo de 48 horas. 48 horas depois, meu pai tornou a ligar para a Light, que alegou que o caminhão não encontrou o endereço, mas que eles voltariam dentro de mais 48 horas. Ele ainda recorreu à Aneel, que disse que o problema tinha que ser resolvido com a ouvidoria da Light - essa que disse que o caminhão voltaria em adicionais 48 horas.
Pois bem, então para cortar a linha eles encontram o endereço no dia e hora precisos, mas para religá-la o endereço não existe. E enquanto a concessionária não presta o serviço para qual é paga - e para os quais é obrigada por contrato a prestar - a agência reguladora do Estado é incapaz de fazer qualquer coisa para defender o cidadão. Então temos de um lado uma empresa que não presta serviço, e do outro o Estado que não assegura o direito de quem governa. Eu quase procurei me informar sobre o miliciano mais próximo da minha área, porque é esse tipo de gente que, rompendo com tudo que é legal, preenche o vácuo deixado pelo Estado assistindo à população com serviços essenciais a um custo tão danoso quanto o de impostos que não são revertidos para aquilo que foram criados.
Enfim, o caminhão chegou depois de umas 80 horas e religou a luz, no momento em que a comida estava começando a estragar.
Se a Abin passar por aqui, passe o recado ao Presidente, obrigado.
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