terça-feira, 25 de setembro de 2012

Come Tudo, Bebe Tudo, e Nada Chega

Minha avó me contava estórias para dormir. Não eram exatamente estórias de príncipes e princesas como se espera, mas funcionava, porque além de acalmar e fazer dormir, elas eram boas e divertidas o suficiente para querer ouvir de novo. Uma delas era uma obra prima, e ela a chamava de "Come Tudo, Bebe Tudo, E Nada Chega". Vou tentar registrá-la aqui da maneira como eu me lembro. Talvez minha avó leia isto via facebook, e se ela se lembrar de alguma coisa, pode me corrigir.

Tudo começava com um príncipe. Ele recebeu a notícia de que um rei daria sua filha em casamento a aquele que vencesse uma série de competições. Então o príncipe pôs-se a caminho. Logo ele encontrou um sujeito com grandes orelhas na beira da estrada, muito triste. "Por que está triste?" perguntou o príncipe. "Porque sou feio, tenho orelhas muito grandes". "Pois sou um príncipe, e..." "...e vai tentar se casar com a princesa", completou o outro. Acontecia que as orelhas grandes permitiam que ele ouvisse tudo, até o sussurro mais distante. Então o príncipe o convidou a ir com ele.

Depois, eles encontraram um sujeito com grandes pernas, que também estava triste, porque caçoavam das suas pernas. "Mas com um passo eu sou capaz de percorrer todo o reino", e o príncipe o convidou a ir com ele.

Em seguida, encontraram um caçador com uma espingarda, e estava triste porque caçoavam das grossas lentes do seu óculos. "Mas em compensação, sou capaz de atirar num rato a 2 quilômetros de distância". Impressionado, o príncipe o convidou a se juntar a ele.

A turma caminhou mais um pouco, e encontrou um sujeito gordo chorando na borda de um buraco. "Me chamo Come Tudo, Bebe Tudo, e Nada Chega. Estou triste porque eu sou capaz de comer uma plantação de batatas numa bocada, e ainda fico com fome, e sou capaz de beber a água de um lago com um gole, e continuo com sede". O príncipe prometeu que Come Tudo, Bebe Tudo, e Nada Chega poderia comer o que quisesse do seu próprio reino se o acompanhasse. E assim, os 5 seguiram para o torneio pela mão da princesa.

Na primeira competição, cada principe elegeria um campeão para uma prova de inteligência: o vencedor seria aquele que descobrisse em qual barril estava escondido um rato. Cada um tentou e errou, e o sujeito de grandes orelhas, ouvindo os mínimos ruídos do roedor, acertou na primeira tentativa, para espanto geral.

Na segunda competição, venceria quem completasse 10 voltas em torno do castelo a pé. Foi dada a partida, e enquanto cada campeão dava o máximo, o homem de longas pernas estava deitado, dormindo ao sol. Quando o vencedor parecia definido, faltando alguns metros, o homem se levantou, e, com um passo só, deu 10 voltas completas antes que todos.

Na terceira competição, venceria quem conseguisse acertar um coelho à maior distância. Caçadores habilidosos abatiam suas presas a 150, 200, 300 metros de distância. O caçador de óculos, então, esperou que o coelho corresse o máximo que pudesse, e, quando já estava a 10 quilômetros de distância, ele acertou um tiro que perfurou as duas orelhas, mas manteve o coelho vivo.

O rei já estava impressionado, mas ainda iria impor uma última prova para definir o noivo de sua filha: seria aquele que providenciasse o maior espetáculo de fogos de artifício. O príncipe então ficou desanimado, porque era pobre e não podia pagar pelos fogos. Então, Come Tudo, Bebe Tudo, e Nada Chega se aproximou e disse: "Deixe comigo, príncipe, pois esta noite faremos um espetáculo como nunca se viu". Então, o homenzarrão saiu e começou a comer e beber tudo que encontrou pela frente: hortas de verduras, plantações de cenouras, pomares de maçãs, comeu os animais do bosque, e até algumas árvores, bebeu toda a água dos rios com seus peixes.

Quando anoiteceu, os príncipes competidores estouravam seus fogos, cada um a sua vez. Por último, o nosso príncipe, ansioso, não sabia o que fazer e pensava em desistir, quando voltou Come Tudo, Bebe Tudo, e Nada Chega. A barriga do homem começou a fazer um estrondo surdo, e então ele arrotou e peidou tanto que nunca se ouviu tamanhas explosões, abalando muralhas e afugentando pessoas. E com esse espetáculo de flatulência, o príncipe venceu a competição e se casou com a princesa.

Aí minha avó contava que ela tinha sido convidada para o casamento, e que ela vinha trazendo uma bandeja de brigadeiros quando o ônibus freou e ela derrubou tudo.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Campanha eleitoral

Há 4 anos eu já escrevia neste blog (que, na verdade, é uma migração de um antigo blog do Weblogger, que iniciei em 2001) e eu já havia comentado sobre falcatruas nas eleições para prefeito do Rio (sendo até gentil com o nosso atual prefeito e líder nas pesquisas, aqui). Sustento minha opinião, e se alguém pedir fatos, dar-lhes-ei também :^P
 
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