sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Romanes eunt domus

O verão carioca é inclemente. Deveria existir um sistema alternativo de trabalho que possibilitasse ou a redução da jornada durante os meses mais quentes do ano, ou a supressão da sexta-feira. Dormi apenas duas horas esta noite e a monotonia do trabalho, somado ao laboratório vazio de sexta (funcionários públicos deram o seu jeitinho de fazer o que eu propus) está me dando um sono da porra, e eu faria qualquer coisa para dormir mais um pouco.

Devo esse sono atrasado ao livro que eu comprei, O Império dos Dragões, de Valerio Massimo Manfredi. O autor é um historiador e arqueólogo por formação, mas há alguns anos tem se dedicado a escrever romances com temas históricos. Dele eu já tinha lido O Tirano, sobre a vida de Dionisio, tirano de Siracusa, colônia grega na Sicília, e que por muito pouco não conseguiu a proeza de unificar a ilha sob seu comando. Naquele livro, Manfredi é mais um historiador narrativo, se atendo a hipóteses e análises em detrimento do ritmo da história largamente reconstruída sob a forma de ficção. Em O Império dos Dragões, ele se liberta do rigor historiográfico para contar sobre como soldados romanos capturados pelo rei persa Shapur, junto com o imperador romano Valeriano, escapam ao cativeiro e se aventuram pelo mundo numa jornada quase impossível de volta para casa.

Honestamente, enquanto em O Tirano, Manfredi é mais um arqueólogo do que um romancista, nesse livro ele continua sendo um romancista mais ou menos (talvez a tradução que seja ruim), mas sem os vícios do acadêmico (embora ele tenha empregado grande pesquisa na reconstrução da época). Mas que bela história ele tem nas mãos! E é isso que me manteve acordado até as 3 da manhã.

Nenhum comentário:

 
eXTReMe Tracker