segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ano terminando, agora vai ladeira abaixo

Estou escrevendo num iMac, uma extravagancia que conseguimos com verba estrangeira aqui no trabalho (o bem feitor, que tambem paga meu salario, eh um desses americanos milionarios que nao sabem o que fazer com o dinheiro e saem financiando projetos cientificos mundo afora via fundacao, por onde ele consegue abatimento de imposto de renda e outros impostos das suas industrias altamente poluidoras). Eh provavelmente o melhor computador que eu jah usei e que eu usarei por muitos anos. O problema, como jah deu pra notar, eh que eu nao consegui configurar o teclado e nao tenho acentos :^P Vai assim mesmo.

O fim de ano comeca no meu aniversario, que eh hoje. No tempo de escola, o ano letivo sempre terminava antes desta data, de modo que eu nunca tive aquelas festinhas organizadas pelos colegas, nem sequer uma aula interrompida para cantar parabens pra mim. Era um pouco frustrante pensar nisso durante o ano, mas como, ao chegar do dia 13 eu jah estava, quase sempre, de ferias, isso perdia toda importancia ("posso comemorar em casa, losers!").

Com o tempo eu passei a dar menos importancia ao aniversario. Na epoca da faculdade, eu convidava os amigos para comemorarem lah em casa. Fazia a coisa para eles curtirem mesmo, como uma forma de agradecimento pela convivencia, que era muito prazerosa durante todo o ano. Era menos uma forma de reunir pessoas para me congratularem, porque o aniversario se tornou soh uma data que se repete todo ano, e nao vejo realmente muito sentido em comemorar isso. Se o trabalho de parto tivesse demorado mais meia hora, eu teria nascido no dia 14, entao qual a diferenca?

Mas isso jah me aborreceu mais. Hoje levo numa boa. O que mais me deixa estressado sao os telefonemas, jah que eu tenho panico de falar ao telefone, e cada toque me dah uma descarga de adrenalina que me deixa em estado de tensao durante dia. Como o numero de parentes, que jah eh pequeno, tem diminuido ao longo dos anos (por conta de divorcios, meus ex tios, por um motivo ou outro, cortaram contato), isso tem me dado menos trabalho :^P Ainda bem que estou trabalhando hoje e nao preciso ficar de prontidao em casa.

Bom, continuando, a partir do meu aniversario, quando todas as ruas jah estao enfeitadas desde outubro, eh quando comecam as retrospectivas e especiais de fim de ano na TV. Os desenhos animados tem temas natalinos, o Chaves se muda para a casa do Senhor Barriga, Papai Noel anuncia os melhores precos dos supermercados, e jah eh natal na Leader Magazine. O importante eh que o recesso no trabalho comeca dia 17, embora estejam todos se programando para encerrar o ano num almoco no dia 16, do qual eu nao participarei. Nas ultimas duas semanas, alem do trabalho no Museu, tambem estive trabalhando na Trixx Design enlouquecidamente por mais de 3 semanas, o que fez com que eu ficasse 26 dias sem descanso. Este foi o meu primeiro final de semana desde que voltei de Sao Paulo no meio do mes passado. Pedidos entregues, jah eh uma das obrigacoes que eu risquei da agenda.

Entao vem o periodo pre natalino, quando se comeca a comprar as nozes e os panetones. Minha avo vem ai, e ela adora panetone, nunca deixa faltar. As frutas da familia Rosaceae sobem de preco, e as ruas ficam entupidas de gente com sacolas comprando a felicidade alheia com a primeira parcela em junho de 2011. Andar por ai se torna uma tarefa das mais dificeis para mim, que tenho panico de multidoes (eu pensei em postar a aventura do trem de hoje, mas deixa para outra ocasiao :^P), por isso preciso comprar tudo que eu pretendo dar de presente esta semana.

Quando passa o natal e os papais noeis de shopping sao dispensados, vem aquela falsidade do Show da Virada, que eh gravado uns 10 dias antes, mas o publico e os artistas precisam se vestir de branco e fingir que estao em contagem regressiva para o fim do ano. A coisa mais legal eh ver se algum brasileiro vai conseguir terminar na frente dos quenianos na Sao Silvestre. Na noite do dia 31, a queima de fogos: de vez em quando a prefeitura estoura fogos na baia de Sepetiba, de modo que o espetaculo eh visivel de casa e eu nao assisto pela televisao. De casa, eu falei? Nem que eu morresse e pendurassem o meu cadaver num poste em frente ao Copacabana Palace eu passaria a virada na praia. Prefiro que a TV fique travada num canal que passe repetidamente todos os especiais do Roberto Carlos eternamente e que me amarrem e me coloquem na situacao proposta em Laranja Mecanica do que passar perto das aglomeracoes de pessoas exaltadas e, frequentemente, bebadas.

Por tudo isso, eu costumava emular um pseudo judaismo ao longo dessas ultimas semanas do ano, mas como os judeus tambem tem as suas celebracoes e eu tambem nao compartilho delas, desisti da ideia :^P

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