terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Desenhando no hospital

Sábado à noite chamamos os bombeiros para retirarem os diversos ninhos de marimbondos que se formaram ao redor da casa, sob o telhado. Ele tiraram os ninhos com fogo, enquanto eu matava os que ficaram dentro de casa com inseticida, mas muitos marimbondos escaparam. Perto da meia noite, senti algo subindo pelas minhas costas, e quando dei um tapa para tirar dali, ele me picou no dedo - era um dos sobreviventes.

Eu tomei várias picadas de marimbondos, algumas recentemente, então não me importei muito depois que a dor inicial desapareceu. Porém, no dia seguinte, minha mão estava uma bola, e durante o dia a inflamação só fez aumentar. Ontem de manhã, portanto, estava eu na emergência do hospital municipal Lourenço Jorge, esperando pra tomar um anti histamínico.

Esse hospital em particular não tem muitos sinais daqueles açougues que aparecem na televisão. É limpo, bem conservado, presta serviço em diversas especialidades, e é equipado para lidar com acidentes com animais. Então, estava eu sentado, esperando na fila para a triagem (um médico atendia as pessoas na sala de pequenas suturas, e encaminhava para a sutura, para o médico de trauma buco-facial, ou para a sala de hipodermia, onde se faz as injeções). Para passar o tempo, como de praxe, tirei um calhamaço de papel de impressora matricial, a lapiseira, e comecei a desenhar.

Pouco depois, um tiozinho que veio acompanhando o filho, ferido no braço, perguntou se eu desenhava. Ele me disse que também adorava desenhar, que vivia de vender desenhos e pinturas feitos rapidamente por 50 centavos a folha, e pediu para desenhar nos meus papeis. Então passamos o tempo nisso. Estávamos desenhando tão animadamente que uma moça que acompanhava uma amiga que também se juntou a nós. Tomei minha injeção, e me foi dito para esperar meia hora. Voltei, e continuamos a desenhar, como se estivéssemos numa colônia de férias, e não na emergência de um hospital. Depois tomei uma antitetânica (pra aproveitar a viagem) e fui embora.

Muito curioso.

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