sábado, 4 de julho de 2015

Cada um fazendo a sua parte

Qualquer pessoa mental e espiritualmente sã entende que deve-se lutar por igualdade. Muda-se a prática: alguns tem mais atrevimento do que outros, e mesmo os que se mantém passivos, tenho certeza que esperam e torcem para que outros estejam lutando em seu lugar.
Das muitas lutas que se trava todo dia e que eu conheço de perto , vou destacar três frentes que eu acompanho diariamente: feminismo, ativismo LGBT, movimento negro.
Minha empatia me faz abraçar essas causas, mas, naturalmente cauteloso, eu escuto primeiro. Assim, percebi que pode ser um equívoco tomar a linha de frente, definir pautas e estratégias, advogar as causas, porque eu obviamente não sou mulher, nem LGBT (na época em que se definia por GLS, eu ainda era o S) e nem negro. Não experimento suas dificuldades e não experimento diretamente suas conquistas. Por mais simpático que eu possa ser, eu ainda sou um homem branco cis hétero que se aproveita passivamente de uma sociedade estruturalmente machista, e tudo que eles não querem é serem representados por mim.
Uma pessoa mais estúpida os consideraria, portanto, inimigos. Há ativistas do outro lado que também enxergam dessa forma. Eu, contudo, compreendo a posição e a respeito. Mas isso não significa que eu ou ninguém que sofra esse não pertencimento deva permanecer de braços cruzados. Porque eu não posso lutar as lutas das mulheres, de LGBT e nem dos negros, mas se o machismo está em mim, se o preconceito sexual está em mim, se o racismo está em mim, não é menos do que a minha obrigação lutar para destruí-los todos os dias. E de cada um de vocês. Assim lutamos por uma sociedade justa, cada um onde lhe compete, para a cooperação de todos.

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